No dia 10 de setembro, às 9h30m (4h30m no horário de Brasília) os olhos de todo o mundo se voltaram para a fronteira entre França e Suíça, pois tinham início as atividades do Large Hadron Collider (LHC) – Grande Colisor de Hadrons, em português. Uma máquina que ocupa 27 km de circunferência e que funcionará a 100m de profundidade, no Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês).
Antes que a máquina começasse a funcionar, um grupo de cientistas entrou com um processo na Justiça para impedir que o colisor fosse ligado. Eles temem a formação de um buraco negro – uma força gravitacional tão forte, que suga tudo o que está próximo. Para os opositores à realização da experiência, a força gerada poderia “engolir” todo o planeta e até o universo. A equipe do Cern, no entanto, garantiu que a máquina é segura e ela foi ligada.
Um dia após o primeiro teste – que fez um feixe de próton circular pelo túnel a uma velocidade próxima à da luz – o colisor apresentou problemas em um transformador e ficou uma semana parado. No dia 19 de setembro, outro defeito surgiu, dessa vez impossibilitando o LHC de operar até, pelo menos, o segundo semestre de 2009. Um vazamento de hélio no túnel que abriga a máquina adiou o início dos experimentos mais esperados pela comunidade científica. A possível causa foi uma conexão elétrica defeituosa entre dois grandes ímãs do colisor. Segundo a assessoria do Cern, em nenhum momento as falhas ofereceram risco para as pessoas.
“Ainda não sabemos qual foi o problema, porque não podemos descer ao túnel até que o nível de oxigênio volte ao normal. Só então poderemos detectar o problema e fazer os reparos. Eu trabalhei no Tevatron – acelerador de partículas de 6 km, desenvolvido pelo Fermilab (EUA) – e até que fosse possível começar as experiências com ele, foram necessários vários ajustes técnicos também”, explica Alberto Santoro, responsável pela equipe da UFRJ que participa da experiência com o LHC.
Apesar de todos esses problemas, a máquina ainda é considerada o maior experimento científico de todos os tempos e os especialistas aguardam ansiosamente os reparos para que ela comece a funcionar.
O maior de todos
O LHC é um gigantesco acelerador de partículas, com cerca de
Seu custo ultrapassou os 3,76 bilhões de euros (cerca de US$ 8 bilhões) e mais de 10 mil cientistas de 180 instituições espalhadas por 50 países participaram do projeto, incluindo brasileiros.
Foram necessários 30 anos de pesquisa desde a concepção do projeto até o acionamento da máquina.
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